domingo, 23 de outubro de 2016

O Epitáfio De Um Marujo

O horizonte infinito logo me aguarda,
Onde o vento uiva forte, adeus, enseada.
Observo os acenos, nessa proa desbotada,
O uníssono das ondas, a alma despedaçada. 

Sal por todos os cantos, no mar sem fim,
Em minhas lágrimas, meio mundo se estende,
Entre mim e minha doce amada.

Clamo aos Deuses por proteção,
Que a água não me engula, em sua infinita gula.
Entrego minha prece ao mar, conceda-me se puder,
A chance de fitar novamente, os olhos daquela mulher.

Ouço a madeira ruir, gritos, desolação,
Percebo então que não fui atendido,
O mar me envolve, imensidão.

         



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