Eu sentei naquela sala, só mais uma segunda-feira normal, o calor, os malditos pernilongos e o pé no saco de sempre, sorrisos quando não se quer sorrir, relações de curto prazo, a mesma baboseira não importa a faculdade, você sabe do que estou falando, aquilo encheu meu saco, peguei a mochila e dei o fora dali, sem saber ao certo onde ir. Era uma noite clara, embora nublada, acendi um cigarro enquanto caminhava, acompanhava a fumaça se perdendo ao ir de encontro ao melancólico seu azul da prússia.
O meu fone tocava música no volume máximo, acho que é sempre assim, quando meus pensamentos começam a berrar é a melhor forma de me manter fora do ar por um tempo, só batidas e letras sem sentido, qualquer coisa que não me faça me perder em pensamentos indevidos e existenciais que me deixariam mais triste ainda. Me sentia cansado e ansioso sem nem saber o porque, como se me faltassem motivos pra continuar e como se a rotina massante e extremamente igual tivesse padronizado meus dias a ponto de parecer um circulo, e eu sinceramente não conseguiria te dizer uma diferença entre essa semana e as ultimas.
Me sentei em uma calçada qualquer e olhei meu celular, varias conversas, a maioria vácuos, eu nunca faço por mal, e isso as vezes faz com que eu me sinta uma pessoa muito bosta.
Andei pelo centro, vi crianças se divertindo na praça, bêbados felizes com suas doses de pinga, e um casal que me chamou muito a atenção, o garoto tentava ir embora com a cara fechada, mas a garota segurou ele pelo skate em baixo de seu braço e quando se olharam seus olhos pareciam ter selado as pazes em um simples encontro, se beijaram e saíram dali de mãos dadas.
Com o passar do tempo meu humor foi melhorando, como se o suor da caminhada que já durava horas pudesse levar embora tudo que não presta, no caminho pra casa pude apreciar a vista da cidade de um lugar alto, agora mais tranquilo, e de alguma forma aquilo tudo pareceu fazer sentido, e parece que tudo que eu precisava era quebrar a rotina mesmo que com um passeio bobo e sem rumo, olhava vidrado as luzes das casas lá em baixo, no meu ouvido tocava:
Cidade pequena, sonho gigante
Nada será como era antes...
Aaaah gente.
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